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sábado, 29 de outubro de 2011

TALAGADA RASTEJANTE.

SEE YOU LATER ALLIGATOR

Se jacaré que fica parado vira bolsa, como preceitua o dito popular, posso dizer que circulo bastante por aí, nos bares da cidade. Talvez até demais segundo alguns. Em minhas andanças vi um pouco de tudo, bares com nomes estranhíssimos, apenas com números, ou com trocadilhos imperdoáveis usando o nome do dono, nomes de péssimo gosto, nomes pretensiosos muito mais chiques do que o ambiente em si, inclusive bares com nome de animais. Nessa última categoria, destaco o Jacaré Grill (Rua Harmonia, 305). Pode não ser o melhor bar do mundo, da Vila Madalena e talvez nem da rua, mas quebra o galho.
A decoração é espartanamente despojada e confusa, ao contrário dos produtos da Lacoste que também fazem uso do citado réptil, mas ninguém vai lá por causa dela ou por causa de qualquer outra coisa que não seja comer razoavelmente bem e tomar a cervejinha gelada de cada dia. Aliás, no quesito comida de boteco o Jacaré até se destaca. Boas porções de grelhados aperitivo, costelinha de porco e de cordeiro, bife de tira, picanha e um hamburgão bem bacana. As cervejas estão sempre geladas. Experimente os baldes de gelo com quatro cervejas dentro. A relação custo benefício agradece.
O bar tem dois ambientes distintos. O lado de dentro e o lado de fora. Eu prefiro ficar fora quando o meu querido São Pedro desliga a torneira. É do lado de fora que logo se percebe que o boteco é um excelente lugar de paquera, se é que você tem mais de 35 (ou 45, ou 55) anos. Os tigrões motorizados vão todos lá, inclusive aqueles que tem motocicletas maiores do que uma unidade da cohab. As tigresas também aparecem, lógico. Tome muito cuidado. Elas não estão lá para brincadeiras e em rio que tem...você sabe o que...jacaré nada de costas!
No passado recente o Jacaré carregava a pecha de ser um importante ponto de tráfico de drogas. Reza a lenda que o usuário ligava para o bar antes, reservava a mesa e preso sob o tampo já encontrava o seu pacotinho de pó devidamente pesado e embalado. O preço vinha na conta, com um nome disfarçado. Eu nunca vi. Mas também nunca fui usuário de cocaína, sei lá. Preciso tomar cuidado para não caluniar ninguém!
Maradonices a parte o boteco é bem razoável, apesar de já ter dobrado o cabo de seus melhores dias. Já o serviço, ah o serviço....é bem fraquinho. Mas dá para perceber que alguns garçons se esforçam em sorrir amarelo.
Além das cervejas nacionais o bar tem boas cachaças. Com o caldinho de feijão (com torresminhos) ou a lingüiça calabresa com molho de maracujá elas descem extremamente bem. Melhor ainda se acompanhadas de um papo bem furado mesmo porque, convenhamos, ninguém vai a um bar para tentar resolver a crise econômica na Europa ou a fome na África. Até onde eu sei, as pessoas vão ao bar para beber cerveja e descontrair. Isso desde os tempos do velho bardo, William Shakespeare, que disse: “Daria toda a minha fama por uma caneca de cerveja e por segurança”! Rárárá...enquanto não temos nenhuma segurança o remédio é a cerveja!

Um comentário:

  1. Gostei do lugar, pena que minha atual situação financeira - dou professor, portanto, masoquista - não me permite. Oxalá (ainda se usa este termo?) eu acerte na loteria e vou morar na Vila Madalena, um bar por noite.

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