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segunda-feira, 11 de abril de 2011

TALAGADA LUSITANA.

VOCÊS QUEREM BACALHAU?


Aos 51 de idade não fiz fortuna (pelo menos não “ainda”). Mas também não fui à bancarrota (não “ainda”). Colecionei figurinhas, amores, desenganos, alegrias, alguns poucos cabelos e principalmente amigos. Muitos e excelentes.
O genial humorista peruano Luis Felipe Angell de Lama, que utilizava o pseudônimo “Sofocleto”, disse: “Amigo verdadeiro é aquele que nos quer apesar de nada”. Pois apesar de nada, dois queridíssimos amigos, Eduardo Rodrigues e Thaís Duque Estrada, me levaram num desses domingos de sol, em minhas andanças a procura de lugares sensacionais, a um bar da Casa Verde cuja especialidade é o nobilíssimo bacalhau! Trata-se do “Confraria Bar Batana” (Avenida Casa Verde, 2.500 - www.confrariabarbatana.com.br). Como sói acontecer, ficamos na calçada que é o melhor lugar para ver a vida passar e para ver os carros raspando o chão numa valeta descomunal que existe ali!
Já o Bacalhau é o nome comum dos peixes do gênero gadus, pertencente à família Gadidae, como naturalmente todos sabem. Dentre as várias espécies de peixe comercializados como bacalhau (assim como os gatos o são, como lebres ou churrasquinho na porta dos estádios), destacam-se o Gadus Morhua, ou COD, que nada nas águas frias do Oceano Atlântico na vasta região entre o Canadá e a Noruega e o Gadus Macrocephalus, que habita o Pacífico, ali pertinho do Alaska. Apenas o primeiro nos interessa e este infelizmente encontra-se na lista do WWF das espécies ameaçadas de extinção.
Que me perdoem a piadinha os meus amigos do Green Peace mas naquele domingo nós colaboramos bastante com essa ameaça. O Confraria, apesar de ser um botecão bacana de esquina, tem um cardápio impecável quando se trata do nosso amigo Gadus Morhua. Inúmeras receitas. Bacalhau a Brás, à Dorê, à Gomes Sá, ao Porto, à Portuguesa, às Natas, do Pippo, ao Alho e óleo, enfim, a lista é grande. Todos eles dispostos em pratos já montados numa vitrine dentro do bar. Que maldade! Essa vitrine me agradou tanto quanto a vitrine da Tiffany´s agrada a Paris Hilton, ou a vitrine da Ferrari agrada o Chiquinho Scarpa!
Existem outros pratos na casa mas, honestamente, eu nem vi! Caprichei no bacalhau, nas batatas e no Brócolis ao alho e óleo. Tudo muitíssimo bem feito e em pratos que servem de uma a quatro pessoas. O chopp é bem bom também e o serviço, excelente. Palmas para os garçons, principalmente para o simpático e paciente Orleudo que nos atendeu e para os donos Márcio e Reizinho, que tem esse apelido porque trabalhou no “Ao Rei do Bacalhau” e de lá trouxe todo o “savoir faire”. O bar ainda tem um vasto salão no andar superior e recebe eventos!
Aproveitando o ensejo, iniciei este texto citando Sofocleto e termino citando Mário Quintana para dizer aos meus amigos Edu, Thaís e a todos os outros, em agradecimento, que “a amizade é um amor que nunca morre”.


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